Em 2016 a economia de Cabo Verde cresceu 3,6%

828

Ontem, terça-feira, o Ministro das Finanças, Olavo Correia, apresentou as contas do Estado relativas ao 4.º Trimestre de 2016.

“Os dados são positivos” avaliou Olavo Correia, salientando a mais que duplicação do crescimento económico, em comparação aos últimos anos, uma vez que, em 2015, o crescimento ficou pelos 1,5% do PIB, e em 2014, na ordem dos 1,9%.

Olavo Correia alertou, entretanto, que do ponto de vista orçamental, ainda persistem importantes desafios a serem ultrapassados, pelo que é “crucial que se continue a percorrer o quadro de consolidação fiscal”. Isto, actuando tanto sobre as receitas, como sobre as despesas, controlando e diminuindo as necessidades em termos de financiamento externo, avançou.

Lembrando que 2016 foi um ano atípico, Olavo Correia explicou que as restrições que se tinham na altura, e que ainda persistem, levaram ao Governo fazer uma efectivação de 20% das despesas de funcionamento e 10% dos encargos de investimento, por forma a que se pudesse atingir as metas em termos de défice e de financiamento.

O volume de despesas foi de 49 mil milhões de escudos (29,9% do PIB). Já o volume total das receitas atingiu 43 mil milhões de escudos (26,4% do PIB), o que coloca o financiamento em cerca de 5.3 mil milhões de escudos (3,3% do PIB), pelo que Olavo Correia sublinhou a necessidade de se manter acomodada a política monetária, realçando que “é importante que tenhamos um quadro monetário promotor tanto do investimento endógeno, como externo”.

Destacou ainda a deflação (inflação negativa) na ordem dos 1,4%, uma tendência que vem desde 2014. No que toca ao Défice Orçamental, o Ministro das Finanças apontou a sua trajectória de redução (de 4,6% em 2015 para 3,5% em 2016), “isto graças às medidas que foram tomadas ao nível da execução orçamental”. Frisou ainda que a dívida pública aumentou de 127,8% do PIB, para 128,6%.

As despesas totais aumentaram 7,3% em 2016, com um importante incremento ao nível das despesas com o pessoal. Isto derivado, segundo explicou o Ministro, a um conjunto de compromissos assumidos no final do ano 2015 e no início do ano seguinte. Entretanto, garante que o Governo vai ter que controlar as despesas de funcionamento no seu todo. Daí que realçou que a margem para aumentar o investimento público terá que passar por uma contracção a nível das despesas de funcionamento.

Não obstante os dados serem animadores, o Titular da Pasta das Finanças defende que “estamos ainda muito a baixa daquilo que é o potencial de crescimento da economia cabo-verdiana, pelo que temos ainda muito trabalho a fazer”. 

Fonte: Governo