Cabo Verde retirou o equivalente a 3 M€ em notas e moedas de circulação até julho

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O dinheiro em circulação em Cabo Verde caiu 2,6% desde janeiro, equivalente a quase três milhões de euros, depois de ter renovado máximos de pelo menos cinco anos no final de 2019, segundo dados do banco central.

De acordo com o relatório do balanço da situação patrimonial e financeira do Banco de Cabo Verde relativo a 31 de julho, o país tinha em circulação física, naquela data, cerca de 11.922 milhões de escudos (107,7 milhões de euros), em notas e moedas.

Trata-se de uma quebra de 2,6% desde janeiro, equivalente a menos 320 milhões de escudos (2,9 milhões de euros) em circulação no país. Só de junho para julho, foram retirados de circulação mais de 29 milhões de escudos (262 mil euros) em notas e moedas.

O banco central não aponta no relatório explicações para a redução do dinheiro em circulação, mas trata-se de uma medida habitualmente associada a políticas monetárias contracionistas, de redução da oferta de moeda, que leva a aumentar a taxa de juro e que visa travar a inflação.

Os últimos meses foram marcados pelos condicionalismos impostos à atividade económica também em Cabo Verde, devido à pandemia de covid-19, com o encerramento de empresas e o confinamento da população.

A Lusa noticiou anteriormente que o dinheiro em circulação em Cabo Verde renovou máximos de pelo menos cinco anos em 2019, chegando então a 12.242 milhões de escudos (111 milhões de euros), um aumento de 7,9% face ao ano anterior.

Segundo o relatório e contas de 2019 do Banco de Cabo Verde, concluído no final de julho, esse crescimento é justificado pela “emissão monetária”, a qual resultou da troca de notas retiradas de circulação de valor facial de 200 e 2.000 escudos, de emissão de 2005 e 1999, respetivamente, mas também “da dinâmica da atividade económica”.

No final de 2019, as notas representavam 94,35% do dinheiro em circulação física em Cabo Verde, enquanto o peso das moedas era de 5,65%.

Enquanto autoridade monetária e banco emissor, o Banco de Cabo Verde tem como função emitir e colocar em circulação notas e moedas metálicas do escudo cabo-verdiano, com curso legal e poder liberatório, incluindo as comemorativas.

Só com a emissão da nova família de notas de escudo cabo-verdiano e destruição das antigas, o banco central gastou no último ano 40,4 milhões de escudos (cerca de 366 mil euros), um aumento de 7,3% face a 2018.

O BCV refere no relatório e contas de 2019 que, em termos de fluxos, durante o último ano foram emitidas e colocadas em circulação 6,7 milhões de notas, no valor de 7.163 milhões de escudos (65 milhões de euros). Deste total, as denominações de 1.000 e 2.000 escudos representaram, em conjunto, 68,7 por cento do volume emitido e 87,9 por cento do valor da emissão.

Por: Lusa