Cidade da Praia já conta com 20 mulheres-taxistas

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As primeiras 20 mulheres-taxistas já dispõem da carteira de aptidão profissional (CAP) e estão prontas para operarem, nos próximos dias, faltando apenas a resolução de algumas questões técnicas.

Seleccionadas em parceria entre a escola de condução Prevenção Rodoviária, o Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), a Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e o Ministério de Finanças, as 20 mulheres passaram por um curso “intensivo” como forma de as empoderar e inserir, activamente, no mercado de trabalho como condutoras profissionais de táxis.

O presidente da Câmara Municipal Praia, Francisco Carvalho, adiantou à imprensa que a autarquia está decidida em ser parceira do projecto mas vão ter de analisar, com os vários parceiros e com as taxistas, para verem o que se pode fazer em “concreto”, salientando que há abertura para o diálogo e a concertação com vista à concretização deste “sonho”.

A presidente do Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Rosana Almeida, por sua vez, avançou que, desde a primeira hora, foram convidados pela escola de condução Prevenção Rodoviária para colaborarem neste projecto que, a seu ver, foi “o mais completo possível”.

Conforme indicou, as 20 mulheres tiveram formação em várias áreas, nomeadamente, educação financeira, língua, automobilismo, código de estrada, carteira profissional, mecânica, ética profissional e condução defensiva.

Por agora, o ICIEG pretende ver, com a Câmara Municipal da Praia, os “pontos lilás” ou “eventuais aplicativos” para que as mulheres possam trabalhar de forma mais “tranquila” e “segura” e tenciona ver, com eventuais empresas e bancos que queiram entrar no negócio, a disponibilização de taxas de juro atractivos para as senhoras que queiram empreender e adquirir o próprio táxi.

“É um privilégio ver que a Praia está com táxis conduzidas por mulheres, é a desconstrução das questões de género, que o lugar da mulher é onde ela quiser. Esta é a ideia que elas estão a passar e certamente estas mulheres vão dignificar a profissão de ser taxista em Cabo Verde”, disse Rosana Almeida.

Ainda não há previsão de quando estarão activas no mercado laboral, mas Rosana Almeida garantiu que já estão “aptas” para começarem a trabalhar, estando em falta a questão da formalização da empresa e questões que cabem à autarquia, por forma a identificar se vão operar individualmente ou em cooperativa.

Entretanto, fez saber que o ICIEG defende que as mulheres devem operar em cooperativa, justificando que as próximas mulheres que virão, irão entrar na cooperativa, sendo esta, a seu ver, a “melhor forma”.

Em representação das 20 mulheres-taxistas, Vanda Santos manifestou a sua vontade em ser taxista após ter tido conhecimento do projecto da escola de condução Prevenção Rodoviária, pelo que hoje se sente “privilegiada” por fazer parte das primeiras 20 mulheres-taxistas do País.

Em princípio, ressaltou, o grupo quer trabalhar em cooperativa porque começaram juntas e querem poder prosseguir juntas, de forma a terem “mais sucesso”.

Por: Inforpress