Diáspora: Eurodeputada Mónica Semedo deixa Partido Democrático do Luxemburgo

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A eurodeputada de origem cabo-verdiana Mónica Semedo, eleita pelo Partido Democrático (DP) do Luxemburgo, anunciou a sua saída do partido, na sequência da sua suspensão do Parlamento Europeu devido actos de assédio moral contra os seus assistentes parlamentares.

A notícia é avançada pelo jornal luxemburguês Contacto, que indica que a deputada do DP comunicou a sua saída do partido na noite de terça-feira, 26.

Essa decisão surge depois do caso de assédio moral a três membros da sua equipa no cargo de eurodeputada, que levou o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, a suspendê-la no dia 18 das suas funções por um período de 15 dias.

Na sequência deste caso, informou, os três assistentes parlamentares da deputada de origem cabo-verdiana despediram-se dos cargos.

Numa mensagem divulgada na sua conta oficial do Facebook, Mónica Semedo refere que “gostaria de se ter expressado de forma diferente nos últimos dias, mas o DP aconselhou-a a não o fazer”, uma recomendação que aceitou para proteger o partido.

Segundo a mesma fonte, a eurodeputada de 36 anos disse ainda que nos últimos dias “perdeu a confiança” e sentiu que o apoio do partido mudou, daí ter decidido sair.

“Mónica Semedo não frisa, no entanto, se tenciona deixar o cargo de deputada europeia, avançando apenas que vai continuar a empenhar-se a 100% em prol da população”, lê-se no jornal Contacto.

Depois do anúncio da eurodeputada, o Partido Democrático, através de uma nota, disse ter tomado conhecimento da decisão de Mónica Semedo através das redes sociais.

O DP assegurou ainda que o comité executivo do partido falou várias vezes com a eurodeputada, deixando claro que o assédio moral “é inaceitável”.

“Por respeito às três parlamentares vítimas de ‘bullying’, foi pedido a Mónica Semedo que não falasse à comunicação social até o assunto ter sido discutido pelo partido. Considerando que não vira as costas aos seus membros, o DP lamenta que Mónica Semedo tenha tomado esta decisão de forma unilateral, sem ter consultado o partido liberal”, lê-se na mesma missiva.

Na mesma nota, o DP diz que defende valores como “anti discriminação, respeito e tolerância”, valores que todos os seus membros devem respeitar.

Filha de imigrantes cabo-verdianos no Luxemburgo, Mónica Semedo conquistou um assento no Parlamento Europeu pelo DP em Maio de 2019.

Por: Inforpress