Embaixada de Cabo Verde em Portugal vai continuar a acompanhar caso da morte do jovem Luís Rodrigues

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O embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, assegurou que vai procurar “acompanhar de perto” as investigações e o desenvolvimento do caso da morte do jovem cabo-verdiano Luís Giovani dos Santos Rodrigues, no Porto.

Luís Giovani dos Santos Rodrigues, 21 anos, natural de Mosteiros, na ilha do Fogo, morreu no dia 31 Dezembro de 2019 no Hospital de Santo António, no Porto, Portugal, depois de ter sido espancado alegadamente por dez indivíduos na cidade transmontana, no passado dia 21 de Dezembro.

Este jovem encontrava-se em Portugal desde Outubro de 2019 para estudar Design de Jogos Digitais, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

Em comunicado, a Embaixada de Cabo Verde em Portugal exprimiu mais uma vez à família enlutada o seu “mais profundo” pesar pela “trágica perda”, sentimento esse que também fora transmitido à família no próprio dia, através do presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros.

O embaixador assegurou ainda ao pai do falecido que procurará acompanhar de perto as investigações e os seus desenvolvimentos, no sentido de clarificar “de forma cabal” as circunstâncias da morte e determinar as eventuais responsabilidades.

Segundo o mesmo documento, a embaixada tem vindo a acompanhar o processo junto das autoridades portuguesas, mesmo antes do falecimento do jovem, e ainda tem feito contacto com a família prestando apoio.

“O embaixador e o Consulado têm mantido contactos estreitos com o pai do jovem falecido e disponibilizado todo o apoio possível numa tragédia com essa dimensão. Na verdade, é difícil imaginar-se a dor e a angústia dos pais e dos familiares mais directos perante a enormidade do drama que a morte do jovem Luís encerra”, lê-se no documento, em que a embaixada lamenta a perda deste “jovem “promissor”.

O processo, segundo informações transmitidas ao embaixador pelo comando de Polícia de Segurança Pública de Bragança, já foi encaminhado à Policia Judiciária portuguesa para o “competente tratamento” e ainda foi ordenada a realização da autópsia para se conhecer “com precisão” a causa da morte.

Ainda, através de um outro comunicado a que a Inforpress teve acesso hoje, o presidente da Associação de Estudantes Africanos em Bragança (AEAB), Wanderley Antunes, apelou a toda a comunidade para manter a calma e a serenidade, “não instigando o espírito de ódio, revolta ou xenofobia”.

Esta associação, segundo o seu presidente, tem colaborado e prestado “os devidos apoios” às autoridades legais, com vista a responsabilizar os respectivos culpados e que a justiça seja feita de forma “pacífica” dentro da Lei.

“Já foram identificadas algumas testemunhas e alguns dos agressores até então, agora é preciso esperar que as autoridades competentes façam o seu trabalho, com vista a dignificar o bom nome do nosso querido Giovani, seus familiares e amigos e de toda a comunidade africana”, afirmou.

A associação pede às pessoas que presenciaram o acontecido que entrem em contacto com os seus membros ou com a polícia, para ajudar nas investigações.

A AEAB, informou, vai prestar uma homenagem ao colega Giovan e analisar a possibilidade de organizar uma marcha pacífica e silenciosa (dentro da lei) por algumas artérias da cidade de Bragança.

Por: Inforpress