IGAE nega motivos políticos e justifica intervenção no Festival de Peixe de Tarrafal com incumprimento das normas

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O inspector-geral das Actividades Económicas, Paulo Monteiro, refutou hoje as acusações do presidente da Câmara Municipal do Tarrafal, segundo as quais a intervenção da IGAE e da PN no Festival de Peixe foi motivada por questões políticas.

Em conferência de imprensa hoje, na cidade da Praia, Paulo Monteiro, que esteve acompanhado de um representante da PN, explicou que a intervenção da Inspecção-geral de Actividades Económicas (IGAE) no sentido da suspensão do evento, teve por base o incumprimento de alguns compromissos assumidos pela Câmara Municipal na reunião de concertação, realizada quinta-feira,19.

Conforme indicou, do acordo constavam o controlo à entrada que devia ser limitada às pessoas com vacinação ou teste negativo à covid-19, número limitado de pessoas, que deviam permanecer todos sentados e com o devido distanciamento, o cumprimento das regras sanitárias e o encerramento das actividades às 24:00 de cada dia.

“A maioria desses compromissos não foi cumprida. Basta olharem pelas fotos e pelos vídeos para verem que havia uma aglomeração enorme de pessoas. Só esse ponto dava para suspender de imediato. Houve um descontrolo total e tivemos que intervir”, explicou, adiantando que houve também incumprimento do horário no primeiro dia do certame.

Paulo Monteiro disse que a IGAE consentiu a realização do festival, no intuito que seria um “evento gastronómico” e que tinha também um objectivo de incentivar a vacinação, e não um festival de música como acabou por acontecer, com actuações de diversos artistas e aglomerações de pessoas.

Por outro lado, afirmou que o presidente da Câmara Municipal do Tarrafal sabia da possibilidade da suspensão das actividades, já que do encontro, que contou com a presença da Polícia Nacional (PN) e da Delegacia de Saúde, ficou acordado que caso não fossem cumpridos os compromissos assumidos o evento seria imediatamente suspenso.

“O senhor presidente da Câmara devia, sim, acautelar, o seu cumprimento como assumiu em vez de enveredar por discursos políticos e de campanha que em nada abonam num representante da reconhecida e pacata e humilde população do Tarrafal, para tentar atacar instituições idóneas com a Polícia Nacional e a IGAE”, disse, considerando despropositadas as declarações o edil tarrafalense.

A IV edição do Festival de Peixe do Tarrafal de Santiago foi realizada durante sexta-feira, Sábado e domingo, 20, 21 e 22 respectivamente, com o terceiro dia a ficar marcado pela intervenção da Polícia Nacional e da IGAE que apresentou um mandado, ordenando que o festival fosse cancelado.

O evento foi retomado depois de aproximadamente duas horas de negociação, mas ficou proibida a actuação de artistas no palco

O edil tarrafalense, em declarações à TCV, confessou não entender o motivo da suspensão das actividades uma vez que, segundo disse, todos os requisitos sanitários exigidos estavam assegurados, e apontou a hipótese de motivação político-partidária.

Por: Inforpress