Portugal: Recluso cabo-verdiano acusado de asfixiar outro no interior da cela
Esta marcado a data do julgamento do recluso cabo-verdiano que em Março de 2015 terá assassinado um outro recluso no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL).
O individuo de nacionalidade cabo-verdiana, de 33 anos, estava, na altura, preso preventivamente por suspeitas de ter matado à facada um cozinheiro, seu colega de trabalho num hotel de luxo em Lisboa, em Novembro de 2014. A vítima, de 28 anos, encontrava-se em prisão preventiva por tráfico de droga.
O Ministério Público acusou o recluso de ter matado outro, de nacionalidade espanhola, numa das celas. O início do julgamento está marcado para 24 de Fevereiro.
Segundo a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, a 11 de Março de 2015, no momento em que recolhiam às celas, o arguido dirigiu-se a um outro recluso e disse: “hoje vai acontecer uma tragédia aqui dentro”, apontando para o interior da cela.
Nesse dia, entre as 19:45 e as 22:30, no interior da cela, “o arguido dirigiu-se a Manuel Rodriguez Colorado e envolveu um dos braços” à volta do seu pescoço, fazendo-lhe “uma gravata” até a “vítima deixar de respirar por asfixia”, relata a acusação.
O homem, de nacionalidade cabo-verdiana, fez depois um nó num lençol para se enforcar.
“Contudo, não conseguindo encontrar um sítio para atar a outra ponta do lençol ‘fabricou’, com uma escova de dentes e duas lâminas de barbear, uma faca artesanal, que utilizou para cortar o pescoço”, conta o Ministério Público
O recluso sofreu ferimentos graves, mas sobreviveu.
“O arguido agiu contra Manuel Rodriguez Colorado, sem qualquer motivo, movido por mera exaltação e falta de autocontrolo, denotando ausência de responsabilização e total desprezo pela vida humana”, sustenta o despacho de acusação.
O homem, que está actualmente detido na prisão de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, está acusado de um crime de homicídio.
O início do julgamento está agendado para 24 de fevereiro na Instância Central Criminal de Lisboa, Juiz 10, no Campus da Justiça.
Fonte: Lusa