A ARC entregou hoje ao presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, os Relatórios de Regulação e de Pluralismo Político-partidário referente ao ano 2020 onde destaca problemas com a diversidade de temas quanto a trabalhos jornalísticos e utilização das fontes.

A informação foi avançada à imprensa por um dos membros da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), Alfredo Pereira, que adiantou que a entrega dos relatórios respeita o estipulado nos estatutos do órgão colectivo de direito público.

“Não há grande diferença em relação aos anos anteriores. O que se pode dizer ou destacar é a necessidade de uma maior diversidade de temas em termos de trabalhos jornalísticos, pois, nota-se que continua a haver pouca diversidade em termos do que é geográfico”, disse, afirmando estar a falar aqui, sobretudo, da televisão e rádio.

Na sua declaração à imprensa, Alfredo Pereira, destacou o cumprimento do pluralismo e chamou atenção pela utilização das fontes, realçando lacunas e fonte única, sendo na sua maioria governamentais.

O membro do organismo regulador dos media referiu-se ainda que o relatório reporta acções sobre o princípio do contraditório e a necessidade de se ouvir partes envolvidas na construção da notícia.

Segundo Alfredo Pereira, as rádios cumprem mais em termos da temática, enquanto que a televisão menos, mas no geral, segundo disse, todos têm problema de diversidade noticiosa.

O relatório com mais de 700 páginas reporta as actividades de regulação e supervisão da comunicação social, no que respeita à observância, por parte dos seus regulados, das obrigações impostas por lei, designadamente, em matéria de pluralismo, rigor informativo e protecção dos direitos, liberdades e garantias pessoais, assim como o cumprimento do princípio do pluralismo político-partidário.

O documento refere ainda sobre a cobertura dos actos eleitorais, que aconteceu segundo a ARC, num ano em que se agravaram as dificuldades vividas, nos últimos tempos, pelos média em Cabo Verde, e em que se evidenciou, mais uma vez, a necessidade de um jornalismo de qualidade, com profissionais com melhores condições de trabalho e melhor remuneração.

Questionado sobre o mandato caducado dos membros da ARC há um ano, Alfredo Pereira, afirmou que como membros do organismo regulador dos media continuam a fazer o trabalho que lhes foi incumbido, assegurando que não cabe a eles decidir sobre o término do mandato.

“O parlamento terá o seu tempo para fazer o que está estipulado na lei, mas da nossa parte já estamos a trabalhar no próximo relatório e a pensar em estudo e outros assuntos a fazer”, concluiu.

Por: Inforpress