Segundo Boeing da Cabo Verde Airlines chega ao arquipélago em julho

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O segundo Boeing com que a Cabo Verde Airlines vai retomar os voos internacionais chega ao arquipélago em julho, disse hoje à Lusa o diretor-executivo, que promete que a companhia será uma “alternativa importante” às que já operam.

Em entrevista à agência Lusa sobre a retoma dos voos pela companhia aérea cabo-verdiana, cerca de 15 meses após a suspensão das operações devido à pandemia de covid-19, Erlendur Svavarsson reconheceu a “ótima resposta” dos clientes aos horários dos voos que a partir de hoje serão retomados, “mesmo com pouca antecedência”.

A Cabo Verde Airlines (CVA) anunciou em 31 de maio a retoma dos voos internacionais em 18 de junho, arrancando inicialmente com uma ligação entre a ilha do Sal e Lisboa, com regresso de Portugal no sábado, num retorno às operações que “será gradual e far-se-á com dois aviões”.

“É claro que a Cabo Verde Airlines é uma alternativa importante às transportadoras europeias que servem o arquipélago”, afirmou Erlendur Svavarsson.

Para já, a companhia vai operar com um Boeing 757, que já está no arquipélago desde abril passado, após um ano em situação de armazenamento nos Estados Unidos, devido à pandemia.

“A chegada da segunda aeronave está prevista para complementar a frota do nosso ‘hub’ na ilha do Sal no início de julho, aumentando ainda mais a confiabilidade e a eficiência da CVA”, acrescentou.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

A CVA concentrou então a atividade nos voos internacionais a partir do ‘hub’ do Sal, deixando os voos domésticos.

Após o voo inaugural de hoje, a partir do Sal, e de acordo com informação da companhia consultada pela Lusa, no alargamento do plano de voos a CVA já disponibiliza bilhetes para o voo de 03 de julho entre São Vicente e Paris (aeroporto Charles de Gaulle) e regresso no dia seguinte, que marcará a retoma, pela companhia, dos voos internacionais a partir da segunda ilha mais populosa de Cabo Verde.

Trata-se de um voo semanal (partida ao sábado com regresso ao domingo) com escala no aeroporto internacional do Sal, de onde parte e onde termina.

O mesmo regime de escala será aplicado de 28 de junho até 28 de março de 2022 pela CVA, com partidas do aeroporto da Praia, escala no Sal, com destino a Lisboa (sexta e segunda-feira), e semanalmente do Sal, com escala na Praia, com destino a Boston (Estados Unidos da América).

“A retoma dos voos é agora apenas o primeiro passo para a reconstrução da rede da CVA com base na ilha do Sal. O conceito de ‘hub’ foi amplamente comprovado durante a fase de construção de 2019-2020, antes de a pandemia atingir o setor, com mais de 150% de crescimento ano a ano”, afirmou Erlendur Svavarsson, questionado pela Lusa sobre a possibilidade de a companhia também operar voos para Lisboa a partir de São Vicente, uma reivindicação local de há alguns anos.

“A pandemia ainda domina as indústrias do turismo e da aviação, mas assim que as vacinações permitirem o regresso às viagens, a Cabo Verde Airlines terá uma excelente posição para ligar quatro continentes através do ‘hub’ na ilha do Sal”, disse ainda.

O diretor-executivo insiste que a aposta da CVA é no ‘hub’ do Sal, mas acrescenta que a companhia “estará numa ótima posição para adicionar novas rotas conforme as condições da pandemia permitam”.

“A programação atual é publicada até à primavera de 2022 e acompanharemos de perto a procura de cada destino. A visão da nossa companhia aérea é ligar quatro continentes através do nosso ‘hub’ na ilha do Sal, de forma eficiente e fiável”, afirmou.

As companhias aéreas portuguesas SATA e TAP são as únicas que mantinham, até agora, ligações regulares das ilhas cabo-verdianas de São Vicente, Sal e Santiago à Europa e aos Estados Unidos, mas ambas estão sob intervenção do Estado português, devido às consequências da pandemia de covid-19.

Por: Lusa